Colossenses 2:13-17

• Introdução
• Entendendo as Alianças
• O Antigo Testamento (Decálogo)
• O Velho Testamento (continuação)
• 2 Coríntios 3 e 4
• Sara e Agar (Gálatas 4)
• Ilustração do Casamento (Rm 7)
• Propósito da Lei (Gálatas 3)
• A Nova Aliança (Hebreus 8)
• O Novo Testamento
• Romanos 14.1-6
• Colossenses 2:13-17
• Hebreus 3 e 4
• O Selo de Deus
• A Lei de Cristo

Em nosso estudo sobre Romanos 14:1-6, vimos como Paulo tratou da questão de dias santos na Igreja em Roma. Vimos que para o cristão da Nova Aliança, a observância de dias especiais é uma questão de escolha pessoal que não deve dividir a Igreja.

Uma pessoa pode considerar um dia mais especial do que outro, enquanto outra pessoa considera iguais todos os dias. Independentemente da forma como uma pessoa escolhe, não deve ser uma questão de julgamento contra os outros. É uma escolha pessoal e não uma obrigação ou exigência para os cristãos.

Agora gostaria de examinar como Paulo tratou de uma situação diferente na Igreja de Colossos. Aqui, a situação era diferente da encontrada em Roma. Em Roma, os cristãos judeus e gentios estavam aprendendo a viver juntos no amor e precisavam de instruções básicas sobre as coisas que estavam dentro da esfera da liberdade cristã. A Igreja de Colossos era em grande parte formada por gentios, mas alguns falsos mestres estavam se infiltrando. Entre as heresias que esses falsos mestres estavam espalhando estavam as heresias de que os cristãos da Nova Aliança eram obrigados a manter as leis alimentares, observar sábados anuais (dias de festa), sábados mensais (lua nova), e o sábado semanal (Sábados).

Paulo se dirige a essas heresias de uma forma muito mais firme, quando escreve aos Colossenses:

Colossenses 2:13-15 (NVI)

13 Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, 

14 e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz,

15 e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.

Jesus Cristo riscou o certificado de dívida cujas prescrições nos condenavam, ou como a NVI traduz do grego, "a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária". Jesus Cristo tomou o código escrito com seus regulamentos e removeu-os inteiramente, encravando-os na cruz. Já ouvi algumas pessoas protestarem dizendo: "Sim, mas não o dia de sábado! O dia de sábado nunca foi removido do meio de nós e cravado na cruz!" Mas o que a inspirada Escritura nos diz sobre isso?

Paulo usa "oun" uma importante palavra de transição, normalmente traduzida como "portanto" ou "então" ou "consequentemente" fazendo assim a transição do versículo 15 para o 16. Ao usar essa palavra de transição, Paulo está nos dizendo que as coisas que seguem no versículo 16 foram removidas, pregadas na cruz por Cristo, e ninguém deve julgar-nos mais com base nessas coisas.

Colossenses 2:16-17 (NVI)

Col 2:16 Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado.

Col 2:17 Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo.

Paulo usa uma seqüência familiar para descrever todos os sábados prescritos. Esta sequência é usada em qualquer ordem crescente ou decrescente ao longo das Escrituras, mas sempre abrange todos os Sábados judaicos; anuais, mensais e semanais. A essência do argumento que Paulo está utilizando é esta: Cristo cravou o código escrito na cruz, portanto, as sombras que se seguem foram removidas: legislações alimentares, sábados anuais (dias de festa), sábados mensais (lua nova), e o sábado semanal (Sábados).

Algumas pessoas, no entanto, alegam que Paulo não está se referindo ao sábado semanal aqui, mas apenas ao que adventistas se referem como "sábados cerimoniais", ou seja, os sábados de festas anuais e os sábados mensais de lua nova. Mas este argumento não se sustenta a uma análise simples por pelo menos três razões:

1. Quando essa seqüência familiar é usada na Escritura é usada para englobar TODOS os sábados prescritos, não apenas os sábados anuais e mensais. Esta seqüência sempre inclui o dia de sábado semanal também.
2. Insistir que o dia de sábado semanal foi excluído da declaração de Paulo transforma a sua frase num absurdo redundante. Tal afirmação faria com que o apóstolo Paulo dissesse: "Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas". Isso não faz o menor sentido. Por que Paulo mencionaria os dias de festa (sábados anuais), lua nova (sábados mensais), e depois se referiria a eles novamente, dizendo: "ou dos dias de sábado"? Paulo não está sendo redundante, ele está sim listando os três tipos de sábados, anual, mensal e semanal.
3. A palavra grega que Paulo usou para "dias de sábado" é "Sabbaton". "Sabbaton" é traduzida como "Sábado" 61 vezes no Novo Testamento. Todos os sabatistas concordam que as outras 60 vezes referem-se ao dia de sábado semanal. Só aqui em Colossenses 2 sabatistas querem argumentar que "Sabbaton" não significa mais o dia de sábado semanal. Isto é altamente inconsistente. Com que base linguística deve "Sabbaton" significar algo diferente aqui? Isto é simplesmente uma tentativa de evitar e negar o claro ensino da Escritura.

Não parece haver qualquer razão contextual, lógica ou lingüística para entender a declaração de Paulo como significando outra coisa senão que TODOS os sábados, anual, mensal e semanal foram removidos e pregados na cruz. Todos eram apenas sombras de Jesus Cristo e todos foram totalmente cumpridos Nele. Jesus é a substância, não a sombra. Isto é consistente com o que é dito nas escrituras sobre outros rituais da Antiga Aliança.

Hebreus 10:1 (NVI)

1 A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar.

O ritual de observância do sábado se encontra na mesma categoria dos sacrifícios de animais. Ou seja, era apenas uma sombra, não a realidade das coisas, não a substância. Como agora temos a substância, Jesus, não há mais necessidade de continuar a agarrar-se a sombras como a observância do sábado ou oferecer sacrifícios de animais. Agora que a realidade chegou, continuar a agarrar-se a sombras pode torna-se uma forma de adultério espiritual.

Isso me lembra uma ilustração do Pastor J. Mark Martin. Imagine que sua esposa ficou fora por muito tempo e tudo que você tem dela é ​​uma foto para ajudá-lo a pensar nela. Você vai para o aeroporto e ela sai do avião. Você sai correndo em direção a ela, mas quando você chega lá cai no chão e começa a beijar a sua sombra e tenta abraçar a sombra dela. Você começa dizendo: "Oh, eu te amo sombra, eu te amo tanto sombra!" Ela provavelmente olha para você como se você fosse louco. Ela provavelmente diria: "Ei! Eu estou aqui! Ame-me, não a minha sombra!" Se você persistir em se apegar à sombra, provavelmente ficará muito frustrado com você mesmo. Na verdade, se você continuar tentando amar a sombra em vez de sua esposa real, você estará se engajando em uma forma de adultério. Para verdadeiramente poder abraçar a Jesus, precisamos primeiro abrir mão de nosso controle sobre a sombra.

No próximo capítulo vamos continuar a explorar o que a Bíblia tem a nos dizer sobre Cristo como nosso verdadeiro descanso de sábado, o cumprimento da sombra.

Caso alguém queira argumentar que o Sábado foi instituído na Criação e não no êxodo, sugiro que leia antes:

O Sábado em Gênesis é um "Memorial da Criação"?

Próximo Capítulo:

Hebreus 3 e 4

Em Cristo nosso Verdadeiro Descanso,

Hélio S. Júnior

Saiba mais em:

• Colossenses 2:16-17