Como pode alguém deixar a Igreja Verdadeira, o Remanescente Fiel do Tempo do Fim?

Greg, Paula, Jordan, e Matthew Taylor em 2001

Testemunho de Gregory E. Taylor (Ex-Pastor Adventista)

Para acessar seu Estudo Pessoal sobre o Sábado clique aqui.

Introdução

Como pode alguém deixar a Igreja Verdadeira, o Remanescente Fiel do Tempo do Fim?

Para a maioria dos Adventistas só há uma resposta para essa pergunta: a desobediência. Para muitos adventistas deixar a denominação é o equivalente a perder a salvação. Dale Ratzlaff (também Ex-Pastor Adventista) comenta no prefácio do seu livro "A Verdade Conduziu-me para Fora" (Truth Led Me Out):

"Muitas pessoas têm me perguntado por que um pastor adventista do sétimo dia da quarta geração deixaria a denominação adventista. Para os adventistas, que se vêem como a "verdadeira igreja remanescente da profecia bíblica", a única resposta que se encaixa em seu paradigma teológico é apostasia."

É minha firme convicção de que a verdade não precisa de outro fundamento que não a investigação honesta, sob a orientação do Espírito Santo e uma vontade de seguir a verdade quando revelada.

O testemunho de Greg, ao contrário de afirmações preconceituosas, mostrará que o seu próprio estudo diligente da Bíblia em busca da verdade, deixando-se ser guiado pelo Espírito Santo, o levou a uma relação mais estreita com o Cristo vivo.

Confira a história de sinceridade e coragem de um homem e sua família que deixaram o Adventismo para viverem o simples Evangelho da nova aliança da graça de Deus em Cristo Jesus.

UMA CARTA ABERTA A NOSSOS AMIGOS E FAMÍLIA

Por Greg Taylor

As pessoas freqüentemente me fazem esta pergunta: "como alguém pode sair da Igreja Adventista do Sétimo Dia?" Eu já fiz essa pergunta para mim mesmo no passado: "como alguém poderia se afastar desta mensagem tendo conhecido tudo o que a igreja ensina?" Minha opinião era que quando uma pessoa deixava o adventismo, é porque ela perdeu seu sentido espiritual ou caiu em algum estilo de vida pecaminoso.

Tenho mudado essa tendência nos últimos anos. As pessoas que estão deixando o adventismo estão cada vez mais tornando-se mais devotadas a Cristo. Isto não faz sentido para muitos na igreja porque eles acreditam que o adventismo é "a verdade". Como pode uma pessoa deixar "a verdade" e ainda seguir a Jesus?

Uma maneira mais estranha de pensar é a noção que alguém poderia realmente deixar de fora o adventismo como parte de seu processo de crescimento espiritual. Esta é a questão a qual desejo me dirigir nas próximas páginas. Eu espero que você ouça minha história e examine com muita oração o que eu tenho a dizer. Verifique o que falo com as Escrituras para ver se estas coisas são assim.

Eu nasci e cresci adventista. Eu estive em escolas adventistas desde o ensino básico até o secundário. Apesar de ter me afastado na minha adolescência até vinte e poucos anos, meu nome nunca foi removido dos livros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Eu fui batizado com doze anos, mesmo achando que eu não conhecia Jesus. Eu fui educado em um lar legalista que seguia fortemente os ensinos de E.G. White. Eu sabia muito sobre a lei, mas pouco sobre a graça. Eu era um daqueles garotos que queria fazer o certo, mas não parecia capaz disso. Assim, com o tempo, minha falha em viver sob todas as regras fez com que eu me tornasse desanimado. Quando eu terminei o ensino secundário na escola da igreja, eu desisti de Deus e da igreja. Eu fugia de qualquer coisa que soava como Deus. Esta escolha quase destruiu minha vida e terminou com minha entrega às drogas e ao álcool. Por quase quatro anos eu sofri neste estilo de vida, sem esperança e acabando com minha saúde. Minha vida estava sendo destruída totalmente. Eu decidi provar Jesus numa noite quando eu estava drogado e desde então eu nunca mais fui o mesmo. O Senhor me alcançou lá em baixo, tocou neste meu coração duro apesar de minha condição desesperadora e soprou em mim uma nova vida. Eu me tornei um filho de Deus nascido de novo. Eu sempre louvarei o nome de Jesus por seu infalível amor por mim!

Assim que eu me tornei cristão, eu entrei num centro de recuperação cristão chamado Bridge Fellowship no Kentucky. Lá eu comecei a ler a palavra de Deus e a crescer como um cristão e também me desintoxicando. Após sete meses foi aberto um caminho através de meus pais para ir à Southern Adventist University (S.C.). Eu fui para lá como um cristão sem denominação, mas ansioso para aprender sobre Deus. Interessado no treinamento, tanto que eu compartilhava as boas novas com outros, eu me tornei envolvido com as oportunidades do ministério do estudante lá no campus e encontrei muitos amigos cristãos. Foi na Southern que eu me tornei um adventista por convicção. Eu fiz magistério porque eu tinha paixão de ensinar em uma escola secundária da igreja e de ajudar outros garotos a aprender mais sobre Jesus, do que sobre as regras legalistas da Igreja. Mas nessa época eu era um sênior e os líderes da associação local me procuraram para perguntar se eu consideraria me tornar um pastor. Nesta época eu estava disposto a servir como um pastor, algo ao qual eu já tinha percebido que Deus me conduzia desde minha infância, mas eu tinha resistido durante minha experiência na faculdade. Eu aceitei o chamado e servi como interno por um ano em uma das igrejas locais lá.

Nessa época, uma crise teológica assolou a igreja. Desmond Ford foi removido de sua posição de professor na PUC por suas visões a respeito do Juízo Investigativo. Walter Rea foi removido da obra porque divulgou uma extensa cópia que havia sido feita por E.G. White ao escrever muitos de seus livros. Chamar o impacto sobre a comunidade adventista de devastador, seria pouco. Meu pastor sênior, desanimado, terminou por deixar a obra da IASD. Eu fui ao seminário duvidando se eu era um adventista. Uma coisa estava clara, a partir de minhas pesquisas nos manuscritos originais, eu sabia que E.G. White copiou extensivamente outros autores e freqüentemente adicionou "foi me mostrado" às frases copiadas. Eu sabia também que a doutrina do Juízo Investigativo tinha problemas sérios. Assim eu fui ao seminário de Teologia da Andrews, sabendo que eu estava em uma posição longe do que a Igreja aceitava. Eu havia casado há 18 meses, peguei minha esposa e fui à Berrien Springs.

Diversas coisas me aconteceram na Andrews University (AU) que me conservaram no ministério da IASD. Primeiramente, diversos professores me concederam graça. Ivan Blazen era um enviado de Deus. Eu floresci sob seu ensino. Eu também fui abençoado por Raoul Dederen e por Hans LaRondelle. Estes homens ajudaram-me a ver que o perfeccionismo dos que se opuseram a Ford não era a posição de todos os professores. Em seguida, eu pude estudar o Juízo Investigativo e foram dadas algumas explicações plausíveis que naquele momento, aquietaram meus interesses. Eu sei agora que estas soluções eram grosseiramente inadequadas, mas foram úteis naquele momento. E mais, alguns peritos do White Estate vieram ao campus com um relatório de advogados que exoneravam E.G. White de culpa legal de plágio. Apesar de saber hoje que isso foi um escape na lei nos dias dela e não porque não foi ilegal ou errado, isso aquietou meu pensar.

O último e mais importante fator foi minha primeira esposa que depois de um pouco mais de dois anos de união, decidiu que não estava mais interessada em ser casada. Quando ela me deixou, imediatamente antes da metade do segundo semestre, meu foco principal para o próximo um ano e meio foi sobreviver. Eu deixei de lado as dificuldades teológicas para me concentrar em minhas próprias aflições. Eu tive que deixar meus assuntos com a igreja em espera a fim de sobreviver. Eu não tratei diretamente dos assuntos teológicos por muitos anos. Minha confiança em E.G.White, entretanto, nunca foi a mesma depois disso. Eu sabia que havia vários problemas sérios com sua autoridade. Eu ainda li o “O Desejado de Todas as Nações e Caminho para Cristo", mas eu sabia que usá-la como um comentário bíblico no mesmo nível das Escrituras era ignorar os problemas com a credibilidade dela.

Enquanto estava na Andrews, eu conheci uma bonita estudante de comunicações chamada Paula Wesner. Nós conversamos um bom tempo e estávamos relacionados pelas atividades de ministério do campus. Apesar de nunca sairmos juntos até depois que eu me graduei no seminário, nós desenvolvemos uma grande amizade. Quando saí da Andrews, começamos um relacionamento a longa distância que terminou com casamento em março de 1985.

Paula e eu nos entregamos ao ministério. No início, nós pastoreávamos em um par de distritos. Nós fizemos reuniões evangelísticas, etc. Eu me tornei cada vez mais incomodado com os métodos evangelisticos tradicionais, que focalizavam-se nos eventos dos últimos dias e na interpretação profética. Eu sentia que meu chamado era atingir pessoas com o Evangelho de Jesus Cristo, para as conduzir para Ele como Salvador e ajudá-las a aprender a viver um relacionamento com Ele. Eu via que a maior parte da abordagem tradicional estava direcionada a pessoas que já estavam em alguma igreja. As sessões tinham apenas uma ou duas noites dedicadas ao evangelho e o resto para nossas doutrinas. Eu sentia que muito da metodologia de esconder nosso nome e de usar um salão público era decepcionante. Muito do conteúdo dos seminários e séries estava baseado em provas que eu sabia que eram suspeitas. Elas não eram sustentadas pelo contexto. Eu comecei a me sentir frustrado com o pastorado do distrito e quando veio uma oportunidade de ser um pastor dedicado completamente à juventude, eu não perdi a chance. Nós fomos para Kettering - Ohio e servimos à juventude dessa igreja por seis anos e meio.

Paula é uma hospitaleira natural e eu amo compartilhar o básico do cristianismo. Era uma combinação perfeita. Nós começamos a nos afastar dos assuntos teológicos e entramos no importante ministério de conduzir estes garotos a Jesus. A maioria deles tinha, como eu, crescido na igreja, mas não conheciam Jesus. Paula proporcionou um ambiente hospitaleiro e aconchegante, onde isso poderia ocorrer. Nós vimos muitos garotos virem a Cristo e alguns entrarem no ministério.

Durante este tempo, entretanto, eu necessitei aprender sobre equilíbrio. O ministério da juventude exige dedicação de muito tempo. Planejamento durante toda a semana e eventos principais todos os finais de semana (freqüentemente nas primeiras horas da manhã) tinham seu preço. Eu quase me desgastei e encerrei o ministério nessa época. Graças a Deus e a alguns bons amigos eu estava com boa saúde e encontrei uma outra descoberta em minha vida espiritual. Eu experimentei aprofundar-me na minha caminhada com o Senhor, que era como uma conversão em um nível muito mais profundo. Paula estava crescendo também. Não apenas espiritualmente! Ela estava grávida de nosso primeiro filho, Jordan. Logo Matthew veio também. Estes dois presentes do Senhor ajudaram-nos a compreender o amor de Deus por nós, numa nova e mais profunda maneira. A graça de Deus é maravilhosa!

Junto com as crianças veio a percepção que nós não poderíamos prosseguir no ministério da juventude e permanecer equilibrados. Nós tínhamos uma família agora para ministrar. Nós tínhamos também uma sensação profunda que Deus nos chamava a algo especial. Um dia o chamado veio para ir a Asheville, NC.

Havia uma igreja de que estava tentando mudar para métodos mais contemporâneos. Eles estavam usando princípios do ministério da juventude para alcançar adultos para Jesus. Eles estavam tentando os métodos usados pela Igreja da Comunidade de Willow Creek em Chicago. Nós oramos muito sobre a decisão, porque nós estávamos bem cientes dos perigos de tentar mudar uma igreja para um modelo mais contemporâneo. Muitos tentaram e poucos tiveram sucesso. Assim, nós oramos intensamente pela a orientação de Deus. Após muitas indicações claras de Sua providencia, nós nos mudamos para a Carolina do Norte. Isto foi o começo de um período de intenso, mas recompensador ministério. Um crescimento pessoal e espiritual tremendo ocorreu em nós. Deus abençoou nossa igreja também. Apesar do fato de que umas 50 pessoas deixaram a igreja durante a transição do modelo tradicional para um contemporâneo, nós crescemos de um comparecimento médio de 120 antes da transição para uma vibrante congregação de 500 membros. Nós vimos verdadeiramente a mão do Senhor na renovação da igreja de Foster. Meu dom de evangelismo podia ser usado de tal maneira que não fui forçado a usar os métodos tradicionais. Paula podia usar seus dons na hospitalidade em uma comunicação criativa e nossos meninos puderam apreciar muitos amigos em uma grande comunidade.

Durante este tempo nós visitamos Willow Creek para vários eventos de treinamento. Nós estávamos tão movidos pela conexão com outros cristãos que amam Jesus, que nos entregávamos a alcançar o mundo para Ele. A hora de adoração era como um pequeno gosto do céu para nós. Eu recordo de discutirmos como este movimento de Deus era muito mais vibrante do que qualquer coisa que nós tínhamos experimentado no Adventismo. Eu lembro de pensar e discutir com Paula que o povo remanescente de Deus será um povo apaixonado em alcançar o perdido e que ama a adoração. Essa é a mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:6,7. Nós tínhamos um desejo profundo de ver estas coisas acontecerem em nossa igreja local. Muito do que nós aprendemos em Willow Creek nós tentamos compartilhar em nossa casa. Gradualmente Deus nos conduziu como igreja a um estilo mais aberto e mais expressivo de adoração e a um compromisso mais profundo de alcançar pessoas perdidas.

Por muito tempo eu tive um problema com a idéia que os adventistas eram a única igreja remanescente. Eu sentia que o foco era demasiado pequeno e acreditava no conceito de uma mensagem remanescente, ao invés "de uma igreja remanescente", o que era uma interpretação mais realista de Apocalipse 12. O problema da falta da renovação espiritual na maioria das IASD e da presença da vida abundante fora de nossa igreja continuava a me incomodar. Após aproximadamente cinco anos em Foster nós começamos a estacionar nosso crescimento. Nós ainda éramos uma igreja vibrante, mas parecia que nós não alcançávamos verdadeiramente nosso grupo alvo – pessoas sem igreja. Quando nós alcançamos alguns amigos sem igreja, a maioria deles tinha algum fundo adventista. Não que este não seja um grupo importante a alcançar, mas isso era na maior parte tudo que nós alcançávamos. Eu orava e orava sobre isso. Meu dom evangelístico estava queimando dentro de mim, contudo parecia que algo obstruía minha eficácia. Eu comecei a achar que devia haver algo errado comigo. Eu passei muito tempo me questionando. É apenas uma coisa do ego que me faça querer ter uma igreja grande, ou é a compaixão pelo perdido que me está dirigindo? Eu procurei alguns conselheiros cristãos que foram muito úteis em resolver alguns assuntos de meu passado que eu não estava ciente e os assuntos de sucesso/falha que eu estava tratando. Eu fui capaz de olhar para partes de mim que precisavam de cura e confessei-as ao Senhor e recebi Seu perdão.

Entretanto, a igreja permaneceu estagnada. Eu achei que eu não estava tão interessado no tamanho da igreja como estava em usar os dons evangelísticos pelos quais Deus me chamou a usar. Esse foi um momento de profunda auto-avaliação. Eu sabia que algo estava bloqueando o plano de Deus de usar esses dons em minha vida, mas eu não sabia o que era. Nós avaliamos alguns chamados, mas não percebemos para onde o Senhor nos conduzia naquele momento. Eu saía para retiros espirituais, jejum e oração para pedir a Deus orientação. Eu clamava Lucas 11:11-13 pela presença do Espírito Santo e pela clara orientação de Deus.

Nesta época um amigo em um ministério similar recebeu Carl George, um especialista do crescimento e expansão da igreja, em sua igreja para estudá-la. O crescimento de suas igrejas havia estagnado também. A avaliação de Carl George foi que eles não conseguiam alcançar uma comunidade fora da igreja por causa do assunto do sábado. Esta era uma barreira muito grande para a maioria das pessoas não virem ou não se juntarem ao adventismo. Para os pastores que são chamados para alcançar pessoas para Jesus, isto parecia problemático. Nós devemos alcançar o mundo mesmo achando que uma parte da estrutura do adventismo seja uma barreira. Nessa época, eu apenas aceitei que se Deus quisesse nos usar para alcançar pessoas de fora, Ele daria um jeito.

Enquanto isso, um casal de amigos meus num ministério similar deixou o adventismo para começar igrejas não-denominacionais. A separação inicial deles da IASD foi resultado de assuntos financeiros entre eles e a Associação a qual pertenciam. Eles estavam se esforçando para manter uma igreja cheia e enviavam 100% de seu dízimo para a Associação. Esse é um assunto que todo pastor adventista enfrenta, tanto que eu estava simpático com a situação deles. Entretanto, logo depois disso, eles mudaram o culto do sábado para o domingo. Eu devo admitir que nesse momento eu fiquei irritado com eles. Não um tipo de raiva qualquer, mas eu senti que eles haviam causado um ponto obscuro no já abalado movimento contemporâneo de evangelismo dentro da igreja. Eu fiquei muito menos contra com relação à saída deles da igreja sobre assuntos de dízimo, visto que o sistema da IASD estrangula severamente os recursos da igreja local. Os pastores adventistas, do mais conservador ao mais progressista, têm problemas com isso. Eu tinha esperança que eles provassem que as igrejas poderiam ser bem sucedidas sem ser uma parte do sistema financeiro. Mas o assunto do sábado me fez, e a muitos na IASD, desacreditar deles. Eu lhes disse como eu me sentia. Eles foram gentis em escutar meu ponto de vista, compartilharam algumas de suas idéias e foram cristãos educados comigo.

Quando esses amigos pastores deixaram o adventismo e depois o sábado. Eu comecei uma época de estudo. Minha razão primária para ser um adventista era o sábado. Eu acreditava, até esse ponto, que o adventismo era a igreja que ensinava o que mais se aproximava da verdade bíblica. Por esta razão eu era solidamente um adventista por convicção, apesar de meus conceitos a respeito de Ellen White, do Juízo Investigativo e do ensino de igreja remanescente. Eu estava convencido que o sábado era o dia especial de Deus. Meus sermões durante este tempo eram claramente dirigidos neste assunto. Eu ensinei também aos novos crentes que, se a IASD não era uma igreja perfeita, eu entendia que era a mais próxima da verdade bíblica. Portanto, eu não tinha nenhum problema em chamar pessoas para fazer um compromisso em tornar-se parte da igreja adventista. Eu freqüentemente afirmava que se eu descobrisse uma verdade maior na Bíblia eu a seguiria.

Eu estudei os materiais que meus amigos, que tinham deixado a denominação, recomendaram. Eu também estudei os materiais escritos por teólogos adventistas, incluindo Samuele Bacchiocchi, a maior autoridade da igreja no assunto sábado. Além disso, eu consultei dois dos professores e escritores mais respeitados da nossa denominação, com a intenção de provar onde meus amigos estavam errados. Eu li, estudei e convenci-me que os adventistas têm a verdade sobre o sábado. Eu acreditava também que E. G. White tinha o dom espiritual de profecia, apesar de não confiável como intérprete da Escritura. Eu via os adventistas como tendo uma mensagem remanescente, embora não exclusivamente, e o Juízo Investigativo de 1844, embora complicado, poderia ser construído para concordar com a posição de EGW, com alguma imaginação criativa e alguns textos. Mas o pino mestre para mim era o sábado. Você tira isso e você não tem nenhuma igreja adventista. Afinal, ele é parte do nome!

Nessa época, minha família e eu estávamos nos preparando para começar nosso período sabático. Nós tínhamos planejado viajar através dos EUA, ver parques nacionais e nos fins de semana visitar igrejas. Foi exatamente o que fizemos. Nós tivemos uma viagem maravilhosa. Durante todo o caminho, nós pedimos ao Senhor que nos mostrasse o que Ele queria fazer com nossas vidas. Nós queríamos estar abertos à Sua liderança e segui-Lo não importa o custo. Tendo um verão inteiro para estudar, orar, escutar e observar, pareceu como uma grande maneira de ouvir a voz de Deus. E foi um verão maravilhoso. Eu orava e ouvia cada dia. Em cada ocasião eu percebi o Senhor me dizendo para apenas esperar. Deus me deixou saber, através de profunda oração e estudo, que o que Ele queria que eu aprendesse da experiência do sábado, me atingiria completamente e seria bíblico e cristalino.

Durante o verão nós fomos surpreendidos com a falta de vitalidade espiritual em todas as igrejas adventistas que nós visitamos. Apesar de que as pessoas eram sinceras, havia uma tamanha falta de vida, que era deprimente. Era quase como se elas estivessem apenas "seguindo o fluxo” da igreja. As igrejas de domingo eram outra coisa. Com exceção de uma igreja que nós visitamos, todas tinham tamanha vida e alegria que era contagiante. Nós nos alegrávamos quando estávamos nestas igrejas de várias denominações ou de comunidades independentes. Quando nós visitávamos as IASD, nós ficávamos tristes e deprimidos. Eu lembro de orar: "por que, Senhor? Se o sábado é tão significativo e parte de Sua lei moral que é obrigatória a todos os cristãos, por que Você está claramente abençoando outras igrejas, enquanto as igrejas adventistas estão, no máximo, se mantendo”? Nós voltamos de nossas férias energizados por um lado e entristecidos por outro. Nós estávamos contentes de estar de volta em nossa igreja onde havia alguma vibração. Antes de voltar a trabalhar eu passei três dias em um retiro espiritual estudando e orando pela orientação de Deus para o próximo período de ministério. Eu viajei, estudei, orei e refleti. Permanecia ainda a mesma questão: "você saberá o que Eu tenho para você aprender, e será logo. Eu tenho um plano para sua vida e o revelarei através da Minha palavra."

Nada poderia ter-me preparado para o que aconteceu em seguida. Eu recebi uma ligação de um pastor adventista companheiro e amigo de longo tempo que eu sabia estar no amor de Jesus como poucos outros em minha vida. Eu tenho grande respeito por sua caminhada com o Senhor e o compromisso em segui-Lo a qualquer custo. Ele se abriu para mim e compartilhou que ele havia estudado o sábado e não estava certo se a posição adventista estava baseada biblicamente no Novo Testamento. Isso me deixou extasiado, mas ele mencionou os mesmos assuntos que eu tinha a respeito das igrejas não-sabatistas que têm tão óbvio a unção do Espírito de Deus, enquanto as nossas estavam se esforçando. Eu compartilhei meus esforços com esta questão. Para resumir, vários outros amigos que eu sabia que eram dedicados a Jesus, foram todos simultaneamente discutindo o mesmo assunto. Isso me fez iniciar um intenso estudo. Eu voltei aos materiais que eu tinha estudado para discutir com meus colegas ex-adventistas e desta vez eu decidi estudar com a Bíblia e uma mente aberta. Talvez Deus estava tentando me dizer alguma coisa. O que eu aprendi da Palavra de Deus literalmente virou meu mundo. Ao mesmo tempo, isso foi o mais libertador gratificante estudo no qual eu embarquei. Fiel à Sua promessa, Deus transformou radicalmente minha maneira de pensar. Paula também tem sido abençoada por este estudo. Nós chegamos a uma compreensão da Bíblia numa completamente nova e poderosa maneira.

Eu fiquei maravilhado em descobrir que o Novo Testamento não ensina o sábado da maneira que eu pensava que ele fazia. Eu aprendi em Colossenses 2:16-17, em Gálatas 4:10, em Romanos 14:5-6 e de Hebreus 3-4, que o sábado era uma instituição que apontava adiante para Jesus e, conseqüentemente, não era mais obrigatório aos cristãos. O Novo Testamento aponta para uma pessoa (Jesus) como o verdadeiro descanso, não um dia. Eu descobri que a lei está reinterpretada, em Cristo, para todos os crentes. O Novo Testamento deixa muito claro quais porções da lei tem continuidade em Cristo e quais não têm. Finalmente, eu descobri que o dia de adoração não é o teste final de lealdade a Deus, ao invés disso, o teste é uma completa entrega a Jesus Cristo, selado pela habitação do Espírito Santo. Eu percebo que esta compreensão necessita um desenvolvimento adicional, assim que eu incluí uma breve análise de meu processo de descoberta no apêndice.(Clique aqui para acessar o Estudo) Eu recomendo altamente, tomar tempo de ler e estudar este material e ver se estas coisas são assim.

Eu lembro que há alguns anos havia uma mania de “quadro escondido". Estes quadros eram exibidos em escritórios, livros, salões, etc. Freqüentemente podiam ser vistas multidões de pessoas reunidas em torno desses quadros, que à primeira vista parecia ser nada mais do que um grupo das cores espirradas aleatoriamente. Nada mais. Mas as pessoas concentradas nestes trabalhos de arte, uma depois da outra exclamavam em alta voz: "Eu vi! Eu vi!" Então elas imediatamente ensinavam outros sobre a maneira correta de olhar a pintura, assim eles poderiam vê-la também. Eu fiz minha parte de olhar fixamente nestes quadros também. Eu quis ver o que era tão excitante assim neles, além de estranhas pinturas. Mas eu não fui um dos afortunados. Eu não vi nada.

Então um dia eu sentei na frente de um dessas versões penduradas na parede com algum tempo para gastar e olhei fixamente. Deve ter sido 15-20 minutos que eu estive sentado lá apenas olhando fixamente. Eu estava quase desistindo e chamando a coisa inteira de farsa, quando de repente, eu vi! Uma bonita Estátua da Liberdade em três dimensões pareceu saltar para fora do quadro. Era verdadeiramente surpreendente! Eu mal podia acreditar.

Logo eu estava folheando um livro de pinturas similares, olhando para seus segredos escondidos. Que descoberta! Uma vez que eu fiz a descoberta inicial, todas as figuras pareciam ter vida. Eu nunca mais olharia para essas pinturas da mesma forma.

Da mesma maneira, as Escrituras ganharam vida à medida que eu estudei. Inicialmente eu via o que eu sempre tinha visto. Mas então um dia, ela ganhou vida para mim. Eu comecei a ver a Bíblia como eu nunca havia visto antes. Uma vez vendo a verdade ganhar vida, eu não via a Bíblia da mesma maneira. Eu não queria de forma alguma derrubar qualquer um com outro entendimento da Escritura. Nem queria dizer que eu estava certo e os outros errados. Tudo que eu podia dizer é que eu tinha visto um quadro de Deus e Sua palavra que havia quebrado todos meus paradigmas anteriores. Eu agradeço por esse dom da Graça de Deus.

Deixe-me dizer mais uma coisa. O estudo do sábado, por causa de minha posição como um pastor adventista, traz grande risco pessoal. Tudo que eu já tinha conhecido como um cristão e um ministro, estaria em risco. Minha esposa também tem muitas ligações na igreja. Nós temos amigos de longa data que nós queremos manter. Nós temos uma igreja que nós amamos muito e que nos ama. Nós não temos nenhum outro trabalho particular fora do ministério. Paula pôs sua carreira de escritora de lado para poder ficar em casa com os filhos. Nós não temos nenhuma outra ocupação para usar numa emergência. Assim, foi com medo e hesitação que nós começamos a estudar sem saber o poderia vir disso, mas querendo do fundo do coração seguir ao Senhor, mesmo se isso significasse perder tudo. Depois que nós tínhamos encorajado pessoas durantes anos a seguir a Deus custe o que custar e confiar nEle com relação aos resultados, que tipo de líderes espirituais seríamos se recusássemos o risco pela causa de Cristo.

Ellen G White

Alguns de vocês podem estar perguntando: "E sobre E.G.White? Como ela se encaixa nisso tudo?"

Paula e eu havíamos tomado a posição de ser da "Bíblia e unicamente da Bíblia". O que não significa que nós não consideramos existir lugar para dons espirituais, mas porque testamos os dons pela Palavra, e não há outra forma, na formação da teologia, nós devemos ir à Palavra.

Nós devemos fazer referência ao fato que existe problemas sérios com EGW que inafortunadamente a igreja não tem sido desejosa de tratar abertamente. Para sermos justos, nós sugerimos que cada adventista faça uma pesquisa por si próprio e decida qual o lugar que desejam dar a EGW em sua teologia pessoal. Eu sugiro entrar na internet e pesquisar Ellen White. Você encontrará sites que são pro-EGW e outros que são críticos de seu ministério. Você deve ler ambos e construir sua opnião. Lembre de I Tessalonissensses 5:20-22.

Nós chegamos à conclusão que ela não é confiável como uma voz profética. Isso não significa que ela não foi inspirada algumas vezes. Nós amamos os livros "Caminho para Cristo" e "O Desejado de Todas as Nações". Mas EGW, sabidamente copiou extensivamente outros autores, apesar de alegarem que ela não estava fazendo isso, exceto em poucos e raros casos. Algumas estimativas de suas cópias são em torno de 80%. Mesmo O Desejado de Todas as Nações, meu livro favorito de EGW, de acordo com um estudo feito pela igreja, "não tem nenhuma linha de pensamento que é original" dela. Mesmo em suas obras onde ela diz "me foi mostrado", há evidências de extensa cópia. Ela copiou materiais de outros e em muitos casos os erros a respeito da verdade.

Alguns têm dito que as leis eram diferentes na época. Ela não teria conhecimento da lei em seus dias. Talvez não, mas James e Ellen eram muito convictos que outros não deveriam os copiar sem lhes dar o crédito! O sentimento da comunidade relativo à pirataria literária era exatamente o mesmo. Eu tenho em meu poder uma cópia do Jornal de Healdsburg datado de 20 de março de 1889, onde a comunidade local ficou perplexa com a descoberta de plágio nos escritos dela. Claramente, isso foi desonesto e ela sabia disso. As pessoas do convívio dela não aprovaram isso. Foi essa descoberta que a forçou a admitir ter usado fontes de outros no livro "O Grande Conflito". Mesmo assim, ela admitiu apenas o que os outros sabiam que havia sido copiado.

Também, algumas de suas visões que ensinam o oposto do que ela depois acreditou, foram encobertas. O prefácio de Primeiros Escritos na página III e IV alega não ter havido cortes. Ele alega incluir TODAS as primeiras obras dela. Ele alega que apenas uma ou outra palavra foi substituída para atualizar o significado original. Tudo isso foi feito "sob a aprovação do autor". A verdade é que partes significantes de suas primeiras visões foram deixadas de fora e o significado original foi mudado. Eu tenho visto comparações entre seus primeiros documentos e o livro Primeiros Escritos. Claramente, os cortes foram intencionais e enganadores. EGW sabia muito bem o que estava acontecendo. Esses escritos suprimidos foram encobertos pela igreja e pela própria EGW. Isto foi considerado por seu companheiro de trabalho W.W. Prescott e outros, ser desonesto e enganador.

Para nós, o maior problema com Ellen White é o efeito que ela tem sobre a IASD. Ainda há um amplo mal entendido do evangelho da graça no adventismo. Em nossos anos de serviço isso tem sido uma enorme barreira em ajudar pessoas a encontrar segurança. Não que ela não ensinou graça. Ela ensinou isso às vezes, mas ela também ensinou perfeccionismo. Os adventistas são ainda basicamente confusos sobre o exato centro da fé cristã. É muito difícil para a maioria dos adventistas compreender o Evangelho por causa desses estatutos. Nós nunca vimos uma igreja adventista verdadeiramente aplicada aos escritos de EGW que seja uma comunidade vibrante, viva, progressiva e alegre. A responsabilidade por essa falha está nos ombros de EGW. Certamente uma igreja com 100.000 páginas de escritos "inspirados" deveria ter uma compreensão até maior das Boas Novas do que outras igrejas. Tristemente, isso não é o caso. Jesus nos ensina a testar os profetas por seus frutos. O que nós fazemos com esses problemas já mencionados? Gálatas 1:8 diz que mesmo se um "anjo de luz" vier e ensinar um evangelho diferente, que seja amaldiçoado. Ellen White não ensinou uma teologia de "fé pelas obras", mas uma teologia de "fé com obras", mesmo em suas últimas obras como O Grande Conflito. Leia o capítulo do Juízo Investigativo e veja o que você acha. Com apenas esses pontos isoladamente, somos compelidos a dizer que EGW é no mínimo não confiável como profeta. Nós certamente não podemos dizer que devemos ter as opiniões dela como um compêndio para a Bíblia.

Nós acreditamos que há algumas razões pelas quais é difícil deixar a verdade completa sobre EGW vir à tona. Uma razão principal pode ser um interesse em manter a idéia que EGW foi uma profetisa verdadeira na escala de um dos profetas bíblicos. Isso é parte "da identidade da igreja remanescente". De volta a 1919, a decisão da Conferência da Bíblia organizada por nossa Conferência Geral foi que houvesse uma divulgação imediata dos problemas com EGW como uma voz profética na igreja. Eles queriam tentar ajudar pessoas a entender a verdade sobre o dom dela. Mas houve um movimento contra àqueles que estavam tentando dizer a verdade e professores-chaves da Bíblia foram despedidos. Infelizmente a denominação se afastou de divulgar a verdade completa sobre EGW. Uma atmosfera do medo para discutir esses assuntos prevaleceu. Hoje nós temos que enfrentar esta realidade depois de muitos anos de conceitos errados impregnados.

A afirmação de Apocalipse 12:17 que o remanescente guardará os mandamentos de Deus (que os adventistas usam para dizer que significa os Dez Mandamentos, mas isso não é sustentado pela lingüística como discutidos na seção de estudo da Bíblia) é parte da identidade deste remanescente na igreja. A segunda parte da passagem afirma que este "remanescente" terá o testemunho de Jesus. A perspectiva adventista coloca que Apocalipse 19:10 diz que o testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia. A conclusão é: "a igreja verdadeira" dos últimos dias ensinará todos os mandamentos de Deus incluindo o quarto e terá um profeta. Muitos adventistas afetuosamente chamam os escritos de EGW de o "Espírito de Profecia."

O problema com esta interpretação é que ela faz injustiça à lingüística e ao contexto de Apocalipse. Em Apocalipse 19:10, o "Espírito da Profecia" é uma clara referência ao Espírito Santo. É um outro nome para o Espírito Santo que inspira os profetas. Este mesmo Espírito está por trás de toda a proclamação do evangelho. Traduzir que o testemunho de Jesus sempre se refere à voz profética seria ignorar o que o resto de Apocalipse diz sobre o testemunho de Jesus. Por exemplo, no verso 2 do capítulo 1 ele diz que João "testificou da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo e de todas as coisas que viu". Ele está se referindo a EGW aqui? Isso certamente não se encaixa. No contexto, isso parece ser uma referência à mensagem do evangelho. Agora note o verso 9. Aqui, João diz que estava na ilha de Patmos devido "a palavra de Deus e ao testemunho de Jesus Cristo." Isto se refere a EGW? Não, isso não é nem mesmo uma referência à profecia em geral. João não tinha ainda recebido qualquer visão profética. Esta é uma clara referência ao evangelho, o testemunho sobre Jesus. Ficou claro para mim que encaixar EGW em Apocalipse 12:17 é forçar demais. Eu não quero ser culpado de ler minha própria versão da escatologia no texto, ao invés de deixar o texto falar para si só. Isto é incrivelmente perigoso na luz dos avisos encontrado no capítulo 22:18-19 sobre a adição ou subtração das palavras do livro.

Nossa razão preliminar para nos tornarmos adventistas anos atrás foi nosso desejo profundo de servir ao Senhor. Paula e eu nos juntamos a esta igreja (eu pelo re-batismo em meu tempo da faculdade) tornando-nos adventistas porque acreditávamos que ela era a denominação que mais estritamente seguia a palavra de Deus. Nós vimos no adventismo um  grupo de pessoas que não tinham medo de seguir suas convicções mesmo se elas não fossem posições populares a serem tomadas em nossa cultura. Nós nos tornamos parte da igreja, primariamente porque nós acreditávamos que a observância do sábado era requerida e era honra a Deus. Nós fomos atraídos também pelo estilo de vida saudável. Nós acreditávamos que o adventismo tinha muito que oferecer ao mundo. Nós acreditamos ainda em muita coisa que a igreja ensina.

Apesar de Paula e eu não acreditarmos que a posição adventista, que o sábado é moralmente obrigatório, seja bíblica; nós acreditamos que isso é uma maneira saudável de viver e tem mérito para o crescimento espiritual. Nós valorizamos e sustentamos o conceito de descanso sabático. Nós apreciamos os benefícios espirituais de ter um dia que seja dedicado a Deus e à família. Nós amamos fazer meio jejum por um dia, dando uma pausa no ruído e aflições. Esta é uma parte de nossas vidas espirituais que nós mantemos e estimaremos sempre. Mas insistir que ele se realize sempre no sábado, ou que isso é exigido pela Escritura, adiciona à palavra de Deus uma exigência desnecessária para novos crentes. Isso constitui uma pedra de tropeço que não é necessária. Isso fica no caminho de muitos que vêm a Jesus. Nós acreditamos que nós devemos remover todos os obstáculos do trajeto da procura verdadeira, exceto o escândalo da cruz. Este é o coração da mensagem de Gálatas e do resto do Novo Testamento.

Paula e eu temos um profundo amor e conceito pela igreja adventista. Nós não fomos feridos nem maltratados. Nós não temos inimizade com qualquer um na igreja. A denominação foi muito boa a nós. Nós não temos nenhuma história de mau trato pela liderança como alguns têm. Nós somos gratos ao adventismo e o que ele significou para nossa família e nosso crescimento no Senhor. Virtualmente todo nosso processo de amadurecimento como cristãos ocorreu dentro da igreja adventista. Nós fomos profundamente abençoados por nossa associação com a igreja. Mas Deus está nos chamando para nós continuarmos indo em frente. Eu acredito que essa é Sua intenção para com a igreja adventista também. Houve verdadeiramente um mérito no que os pioneiros adventistas acreditaram. Eles estavam convictos sobre não se transformar em uma outra denominação, mas insistiram em chamar-se de um movimento. Através disso, eles estavam indicando que se descobrissem mais verdades, eles a seguiriam e deixariam os erros para trás. A igreja adventista tem muito a oferecer. Se ela continuar indo em frente, eu acredito que ela teria um impacto tremendo no mundo como uma parte da grande igreja remanescente de Deus. Mas na verdade, o adventismo deve enfrentar seu lado escuro. Deve continuar progredindo e permitir que Deus molde e faça dela o que Ele pretende que ela seja.

Nós provavelmente somos mais "adventistas" do que já fomos. Eu quero dizer, é claro, que nós somos apaixonados pelo breve retorno de Jesus. Isto é porque já é tempo que todas as igrejas parem de promover seu próprio tipo do cristianismo como a "única verdade" de uma comunidade exclusiva e se unam para uma causa comum de alcançar o mundo para Jesus. Este era o desejo de Jesus em João 15: "por isso conhecerão que vocês são Meus discípulos, se vocês amarem uns aos outros". A marca da verdadeira maturidade cristã é este amor para com o outro e aplicá-la ao levar a mensagem de Jesus para o mundo. A oração de Jesus em João 17 deixa claro que Ele deseja a unidade de Sua igreja. É esta unidade que atrairá o mundo a Jesus Cristo. Quando os cristãos brigam entre si, isso apenas reafirma os não-crentes em sua impressão que o cristianismo é apenas uma outra instituição humana.

A unidade em propósito é exatamente o que a profecia bíblica fala sobre o verdadeiro remanescente. Em todos os meus anos de ministério, eu não lembro de alguma vez que alguns de nós nos alegramos pelo sucesso de uma cruzada de Billy Graham. Eu nunca ouvi qualquer um louvando a Deus pela Cruzada da Colheita bem sucedida que Greg Laurie teve. Eu devo me incluir neste grupo. Por que? Porque estes homens não eram parte "da igreja verdadeira". Esta atitude pode infelizmente ser encontrada em muitos sistemas de igreja. Isto não é apenas um fenômeno da IASD. Eu tive que fazer um exame duro em minhas próprias atitudes nesses anos. Nós acreditamos que já é tempo de colocar de lado o exclusivismo que aleijou a igreja cristã por séculos (veja Gal. 4:17) e começar a Missão do Evangelho (Mt. 28:18-20). Nós estamos convencidos que este é o sonho de Jesus para Sua igreja nestes últimos dias. Nós acreditamos que a forma mais elevada de adoração, o melhor caminho de honrar a Deus que nós podemos escolher é seguir a Jesus como Ele nos mandou. Nós acreditamos que Seu remanescente são aqueles que obedecem Seus mandamentos de amá-Lo completamente, amar ao próximo como a si mesmo e nos dedicarmos completamente a falar ao mundo sobre Ele...

Enquanto escrevo isso, eu não sei o que me aguarda no futuro. Eu não sei o que nos acontecerá financeiramente. Eu devo dizer que havia uma real necessidade pela qual tive que enfrentar uma parte sombria de minha própria personalidade, neste esforço. Eu valorizo ser um pastor respeitado da IASD e ter pessoas que pensam bem de mim. Pensar que alguns que eu tinha conhecido e servido no adventismo podiam perder o respeito por mim, era incrivelmente difícil de aceitar. Eu tive que, realmente, me arrepender por ter amado o elogio dos homens mais do que o elogio de Deus. Agora, eu estou decidido que "eu e minha casa serviremos ao Senhor". Nós encontraremos nosso repouso e segurança nEle. E olharemos para frente para ver como Deus nos conduzirá e como Ele conduzirá vocês nos próximos meses e anos que se seguem. Nós oramos por vocês e pedimos que orem por nós.

Nós esperamos que algum dia a igreja adventista enfrente alguns desses assuntos. Nós oramos que em breve ocorra um movimento corajoso feito pela liderança para reexaminar os "pilares da fé" e peço a Deus que lhes dê a coragem para estudar abertamente, sem risco, os ensinos fundamentais e ver o que as Escrituras ensinam sem se preocupar com o que acontecerá se houver uma descoberta que tem havido alguns erros ao longo do caminho. É preciso coragem para enfrentar assuntos difíceis. Mas a coragem é uma das qualidades que os adventistas tiveram no passado. Nós somos prova que essa mesma qualidade ainda existe.

Nós achamos que a igreja não sofrerá por muito tempo por causa desse estudo. Talvez a imagem de que os adventistas sejam a única igreja remanescente caia. Talvez o Juízo Investigativo se torne uma teologia sepultada também. Pode haver uma completa nova abordagem do sábado. Pode ser que o sábado se torne uma disciplina espiritual sugerida, ao invés de um dever moral. O nome "adventista do sétimo dia" pode ser reduzido apenas a "adventista" para manter o foco em Jesus, ao invés na lei. A vida saudável pode ser ensinada como estilo de vida sugerido, ao invés de uma exigência que traz confusão com a salvação. Talvez a igreja possa tornar-se conhecida como uma igreja que verdadeiramente fosse baseada no Bíblia e na Bíblia unicamente. Talvez ocorra até mesmo alguns pedidos de  desculpas para grupos cristãos que foram cortados pelos "evangelistas" que os chamaram de "apóstatas" e "babilônia"! Talvez o foco do evangelismo se deslocasse para alcançar os 130 milhões de pessoas sem igreja neste país (EUA) em vez daqueles já conectados a uma igreja. Talvez os adventistas em torno do mundo se tornassem conhecidos como um povo desejoso de alcançar pessoas para Jesus, cooperando em conexão com outros grupos cristãos e totalmente altruístas no uso de recursos maciços da igreja para a causa de Cristo.

Talvez tudo isso soe como um sonho, mas você pode imaginar como Deus poderia abençoar uma organização com esse tipo de coragem e autenticidade? Imagine como os estudiosos espirituais e os crentes igualmente respeitariam tal espiritualidade autêntica. Mas isso não acontecerá se não há pelo menos alguns que orem pelo o reavivamento e unidade verdadeiros no corpo de Cristo, a unidade que ocorre quando todos os cristãos verdadeiros aplicam João 17 seriamente. Quando os cristãos começarem a amar um ao outro e falar das boas novas ao mundo, em vez de mancar em poucos grupos denominacionais exclusivos e de fingir que são únicos, haverá um reavivamento de proporções gigantescas. Isso não acontecerá, entretanto, se não houver ao menos alguns poucos que estejam dispostos a levantar-se e divulgar suas opiniões. Acontece que nós sabemos que há muitos adventistas do sétimo dia, incluindo alguns pastores, administradores e professores, que têm este sentimento. Mas nada acontecerá enquanto ocorrem apenas pequenas discussões nos bastidores. Alguns de nós precisamos ter a coragem de levantar e dizer a verdade. Algum dia, acreditamos que Deus realizará estas coisas no adventismo. Nós oramos diariamente por esse reavivamento.

Amor a todos vocês!

Em Jesus Cristo, nossa segurança e descanso,

Greg e Paula Taylor.

Site de Greg Taylor:
One Flock Ministries
www.oneflockministries.org

An Open Letter To Our Friends and Family  
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