Romanos 14:1-6


No capítulo anterior, vimos que a promessa da Nova Aliança é a vida eterna. Essa promessa é somente pela fé. Vimos também que o antigo sinal de entrada, a circuncisão, foi substituído por um novo sinal de entrada, o batismo. Vimos ainda que existe um novo sinal repetitivo, a Ceia do Senhor.

Então, isso levanta a questão de como devemos encarar o sinal repetitivo (o Sábado) da Antiga Aliança. O sinal da Antiga Aliança é necessário para os cristãos da Nova Aliança, além dos sinais da Nova Aliança (Batismo e Ceia do Senhor)? Felizmente, a Bíblia não é omissa sobre este assunto. A Igreja nascente recebeu ensino inspirado e inerrante sobre este assunto.

Neste capítulo eu gostaria de dar uma olhada na passagem de Romanos que aborda a questão de observância de dias santos. A Igreja Romana foi uma igreja mista, constituída em parte de judeus que viviam em Roma, e haviam aceitado Jesus como o Messias e em parte de Romanos gentios que tinha vindo a Cristo. Como você pode imaginar, havia algumas tensões como por exemplo o conflito de culturas diferentes e a transição da Antiga Aliança, começando a dar lugar a Nova Aliança. Muitos cristãos judeus estavam ainda agarrados aos seus costumes de observar a Velha Aliança, guardando os sábados de festas anuais, os sábados de Lua Nova e ao Sábado semanal. Além disso, eles estavam se agarrando as leis alimentares da Velha Aliança. Os gentios, que não eram circuncidados, nunca tinha entrado na Antiga Aliança e não observavam dias santos, ou leis alimentares. Essas diferenças foram dividindo a Igreja e eles precisavam de orientação sobre como essas diferenças devem ser tratadas.

É neste clima que o apóstolo Paulo escreveu o livro de Romanos sob a inspiração divina do Espírito Santo. Agora, se os cristãos gentios eram obrigados a observar todos os sábados (anual, mensal ou semanal) ou se eles eram obrigados a observar as leis alimentares, este teria sido o momento perfeito para o Apóstolo dizer isso. Houve, obviamente, um debate na Igreja e Paulo teve a oportunidade perfeita aqui para definir e registrar o caminho correto que a Igreja de todas as eras deveria seguir. A direção inspirada de Paulo esclareceu a situação não só para os romanos, mas para todos os crentes da Nova Aliança que viriam depois.

Romanos 14:1-6 (NVI)

1 Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos.

2 Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais.

3 Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou.

4 Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está de pé ou cai. E ficará de pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar.

5 Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.

6 Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.


Paulo poderia ter aproveitado esta oportunidade para dizer aos gentios que eles realmente eram obrigados a observar os Sábados da Antiga Aliança, mas ele não o fez porque isso não era verdade. Em vez disso Paulo buscou a paz na Igreja, dizendo que a observância de quaisquer dias santos é uma questão puramente pessoal, não uma obrigação. Se uma pessoa decide observar um determinado dia, então eles estão fazendo isso para o Senhor e que está tudo bem. Se uma pessoa decide encarar todos os dias como a mesma coisa, tudo bem também!

Para os cristãos da Nova Aliança a observância de dias é um assunto sem importância. Não é uma questão de salvação. Não é uma questão de santificação. Não é uma questão de santidade. Não é uma questão de obediência. Não é uma questão sobre verdade. Não há nenhum problema. No mais, é uma escolha pessoal.

Paulo enfatiza que não devemos julgar os outros baseados em nossas escolhas pessoais. Isto vale para os dois lados, tanto para judeus como gentios. Os judeus não deveriam julgar os gentios por não observarem as leis alimentares e os dias santos. E os gentios não deviam julgar aqueles que eram mais fracos na fé (os cristãos judeus) por continuarem nas suas tradições de leis alimentares e observação de Sábados. Era preciso haver harmonia e unidade na Igreja, embora houvesse diferentes práticas.

A única coisa que iria quebrar essa unidade é se alguém começasse a ensinar que essas tradições da Antiga Aliança fossem realmente necessárias para os cristãos da Nova Aliança. Tal ensino requer uma resposta mais forte. No capítulo 11 veremos como o apóstolo Paulo lidou com esse falso ensino.

Próximo Capítulo:

Colossenses 2:13-17


Em Cristo,

Hélio S. Júnior

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“If you lose confidence in the Testimonies you will drift away from Bible truth.” Ellen G. White, Testimonies to the Church, Vol. 5, p. 98.

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